Clipping Banco Central (2021-02-26)

(Antfer) #1

Investidor mais velho migra para a Bolsa na pandemia


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Caderneta de poupança

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Autor: Jenne Andrade


A migração das pessoas físicas para a Bolsa, em um
cenário de juros historicamente baixos, se intensificou
na pandemia de covid-19. Esse movimento atraiu
também os investidores mais velhos. Nos primeiros
nove meses da pandemia, a Bolsa paulista, a B3, viu
um aumento de 21, 7% no número de investidores
acima de 56 anos, para um total de 460 mil.


Esse público concentra boa parte dos recursos de
pessoas físicas na Bolsa. Segundo dados da B3 de
dezembro, os investidores na faixa etária de 56 a 65
anos são responsáveis por 20, 6%do volume financeiro,
ou R$ 93, 2 bilhões. Já os investidores com mais de 66
anos possuem R$ 153, 2 bilhões investidos, cerca de
33, 9% do total.


O grupo '56+' é dono de 54, 44% de todo o dinheiro
transacionado por investidores pessoas físicas, o que
corresponde a R$315, 45 bilhões. 'E uma população
que estava habituada a investir em renda fixa, que
manteve recursos por longos anos nessas aplicações',
explica Luciana Ikedo, presidente de Ikedo


Investimentos. 'Agora eles também estão em busca de
rentabilidade, afinal não querem deixar o patrimônio
acumulado durante toda a vida ser afetado pelos juros
(reais) negativos. '

Esse é o caso do professor de química e meio ambiente
Ervalino Sousa Matos, de 65 anos. Ele começou a
investir na B3 no segundo semestre de 2019 - antes
disso, aplicava apenas em fundos de previdência
privada e na poupança, que hoje rende apenas 70% da
Selic, ou seja, cerca de 0, 11% ao mês.

'Começou a render muito pouco, aí parti para os fundos
de ações. Meu objetivo é rentabilizar ao máximo o
patrimônio, porque, à medida que vou envelhecendo,
fica mais difícil de trabalhar', afirma Matos. 'Quando veio
a pandemia, a Bolsa caiu muito, os fundos
desvalorizaram bastante, mas eu não saí deles. Depois,
quando o mercado foi recuperando, eu notei que os
fundos de ações estavam demorando mais para
retomar, aí comecei a fazer homebroker com orientação
de assessores. Estou indo bem. '

Matos explica que tem visão de médio elongo prazos
para os investimentos e não se abala com as oscilações
de mercado. 'A Bolsa me deu uns sustinhos no ano
passado, mas a gente continua. Não sou ansioso. ' De
acordo com Ikedo, as dificuldades trazidas pela
pandemia do coronavírus ajudaram a acelerar a busca
pela renda variável na população mais velha. 'Hoje essa
faixa etária é ativa e acredito que a restrição de
circulação imposta, principalmente a esse público,
funcionou como um estímulo para que esses
investidores estudassem e operassem mais', afirma
Ikedo. 'No meu escritório, o investidor mais velho tem 94
anos e começou a operar no ano passado. '

Gênero. De acordo com os dados da Bolsa, em
dezembro do ano passado as mulheres representam 25,
97% dos investidores pessoas físicas na B3. Isto é, dos
3, 2 milhões de CPFs na Bolsa, pouco mais de 847 mil
pertencem ao sexo feminino. Entre os '56+' o cenário
muda um pouco: dos 460 mil investidores nessa faixa
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