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Banco Central do Brasil
O Globo/Nacional - Economia
sábado, 6 de março de 2021
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Autor: Mariana Barbosa e Rennan Setti
ENTREVISTA Rachel Maia, consultora
EU NUNCA QUIS ESTAR SOZINHA NO BAILE
Em um momento em que o mundo corporativo acordou
para a pauta da diversidade, Rachel Maia tem sido
bastante requisitada. Conselheira do Grupo Soma, da
CVC e da Unicef, ela foi recentemente indicada para
uma vaga no conselho do Banco do Brasil. Após uma
bem sucedida carreira como CEO de Tiffanys, Pandora,
e Lacoste Brasil, hoje ela se dedica a evangelizar
empresas para que sua história deixe de ser exceção -
seja indicando negros que costumam ficar fora do radar
dos headhunters para posições nas empresas, seja
aconselhando CEOs como Guilherme Benchimol (XP) e
Cristina Junqueira (Nubank) por meio da sua
consultoria. Esta semana, ela lança o livro "Meu
Caminho até a cadeira número 1", em que narra sua
trajetória.
A sra. tem sido muito demandada para ocupar vaga em
conselho. Como vê o atual momento das empresas na
pauta da diversidade?
Esses convites e indicações já são um indício legal. Mas
não pode ser só a Rachel. Tem que fazer a coisa
acontecer pelo Brasil. Estatisticamente falando, se
olharmos os indicadores de performance, o aumento da
diversidade nos conselhos se dá a passos lentos. Mas
existe um movimento de mudança, em especial de
gênero, com os investidores cobrando mais diversidade.
Como é ser a praticamente a única mulher negra
nesses espaços que você ocupa?
Eu sinto na pele. Mas eu nunca quis estar sozinha no
baile. Sempre que posso, indico mulheres negras. Mas
para fazer volume, é necessário instigar a cabeça dos
investidores para trazer o diverso.
Faltam negros para ocupar o alto escalão ou é preciso
saber procurar?
Sem dúvida tem que alimentar a base para que o pool
aumente. Pode não ter a mesma quantidade de brancos
que tiveram posição mais vantajosa em vários aspectos.
Reconheço. Isso não significa que não tem negros
capazes de ocupar espaços em conselho e outras
opções desafiadores. Tenho pool de negros
espetaculares para indicar.
Como é o trabalho da RM Consultoria?
Ao olhar para uma empresa que quer levar o letramento
da diversidade e da inclusão para dentro de casa,
sempre começo pela alta gestão : presidência e C-Level
. Você não muda uma cultura em um, dois meses. São
12 meses fazendo letramento, assessorando no novo
mindset, na forma de contratação.
E o que é esse letramento?
A gente traz a história. Mostra a forma sem nenhum
apoio que foi feita a abolição. Para onde os negros
foram? Sem nenhum tipo de ação afirmativa, negros