Clipping Banco Central (2021-03-10)

(Antfer) #1

Votação da PEC para manter agenda


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Noticias
quarta-feira, 10 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

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As incertezas políticas, econômicas e sanitárias do país
serviram de estímulo para que o presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP-AL), acelerasse a tramitação da PEC
Emergencial, de forma a mostrar ao mercado financeiro
que a possível volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva ao palco principal da política não vai afetar a
agenda da Casa. 'Precisamos manter a previsibilidade
das ações', disse o deputado, dando a senha para as
votações do dia. O placar pela admissibilidade da
proposta, uma votação preliminar que analisa apenas os
aspectos formais e não o mérito, foi tão alto - 366 a 118



  • que animou Lira a seguir direto para apreciação do
    mérito em primeiro turno noite adentro.


Os 366 votos favoráveis, porém, não significam que o
texto será aprovado como veio do Senado, sem
qualquer discussão em plenário. O primeiro a pedir que
o relator, Daniel Freitas (PSL-SC), modificasse a
proposta, foi justamente Jair Bolsonaro, que propôs o
texto aprovado pelos senadores. Pressionado pelo
segmento de segurança pública, o presidente da
República pediu que fosse retirada a parte que inclui
policiais e militares entre os servidores que terão
salários congelados.


A posição de Bolsonaro serviu para irritar seus aliados,
fechados com o texto do governo. O presidente da
Câmara, que já fez mais de oito reuniões com o ministro
da Economia, Paulo Guedes, assegurando que o
acordo era votar a PEC como veio do Senado, manteve
a palavra. Ontem mesmo, Lira foi ao presidente dizer
que não haveria mudança no texto do relator. Porém,
alertou: 'Situações podem merecer destaque (votação
em separado), mas o melhor será agilizar a votação. A
casa é democrática'.

Oposição

A oposição firmou pé com dois pontos: o congelamento
de salários e o teto de R$ 44 bilhões para cobrir a parte
do auxílio emergencial que exceder o valor do Bolsa
Família. 'É a PEC do fim do mundo. Quase 55
dispositivos e apenas um parágrafo faz referência aos
R$ 44 bilhões para o auxílio. O resto é maldade contra
professores, policiais, médicos, institutos de pesquisa.
Infelizmente, foi misturado aí, nessa maldade, o auxílio
tão necessário ao povo brasileiro', reclamou o líder do
PCdoB, Renildo Calheiros (PE), fazendo coro com PSol,
PT, PDT e PSB.

O fato de a Câmara estar em sessão remota, com a
maioria dos parlamentares votando de casa e os
servidores impedidos de fazer corpo a corpo nos salões
do Congresso, ajudou o governo a correr com a
proposta. Em tempos normais, acreditam alguns, o
congelamento dos salários não passaria. 'Essa PEC não
é uma emergência. É um escárnio', criticou a líder do
PSol, Taliria Petrone (RJ), que atacou Lira por correr
com uma votação, descumprindo o compromisso de
deixar o pleito em primeiro turno para hoje. 'Não
entendo por que passar esse trator, essa pressa, sem
discussão', reclamou.

Lira, porém, acionou o rolo compressor na noite de
ontem para evitar que a pressão dos setores de
segurança pública e outros tenha efeito na base aliada
ao governo, em especial, no Centrão. A ordem era votar
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