Claro que a certo momento pode surgir uma lucidez perante
a situação, que é o que normalmente acontece, quando
menos se espera.
É aí, em decorrência dessa lucidez, de pura evidência, que
algo pode ser feito, sim; o que nada tem a ver com decisões
pessoais, que não passam de reações e resistências, habituais.
Desse modo, não decidir por si mesmo, além do benefício de
ampliar o acolhimento, estaria concretamente voltando-se
para o Desconhecido, para a Luz, para a Graça em Ação.
REGRA VERSUS ESPONTANEIDADE
Vivemos em um mundo de regras para tudo, desde às
gramaticais às sociais, e disso nem o corpo escapa. A
espontaneidade nesse mundo, quase que se restringe a uma
utopia.
Esse estado de coisa, de tantas regras, deveu-se principal-
mente à inconsistência humana, tão forte no ter e tão frágil
no ser. Isso intensificou-se de tal modo, que não sobrou quase
espaço para o espontâneo.
Claro que a regra tem tudo a ver com as verdades e interesses
desse mundo, sendo mesmo imprescindíveis nesse sentido.
Contudo, em relação à espontaneidade, é o próprio desastre.
Bem, grande parte das enfermidades, por exemplo, mesmo
físicas, deve-se às regras. A espontaneidade seria a única
alternativa para esse problema, mas para isso acontecer,
certamente o homem não poderia mais ser desse mundo.