Newsletter Banco Central (2021-03-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista RI/Rio de Janeiro - Orquestra Societária
quarta-feira, 10 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - CMN

Neste terceiro gráfico aqui apresentado, estão plotados
os retornos das ações ordinárias da Petrobras dos
governos Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva,
Dilma Rousseff e Temer e Jair Bolsonaro (até 24/02/21).
Sobre ele, pode-se dizer, com mais reflexões adiante:



  1. Os governos FHC e Lula foram aqueles que geraram
    os melhores retornos das ações ordinárias.

  2. Os governos Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro (em
    curso) geraram perdas.


Constatam-se, para os vários governos do Brasil:
FHC – as ações geraram os maiores retornos, perdas e
variações. Os destaques são algumas crises
internacionais importantes ocorridas, o racionamento de
energia do início do novo milênio (crise do apagão com
a escassez de chuvas) e a implantação de uma reforma
no setor elétrico nacional.


Lula da Silva – as ações geraram o segundo maior
retorno, a terceira maior perda e a segunda maior
variação. Os destaques são a economia mundial em
expansão, que beneficiou o primeiro governo Lula, bem
como a crise subprime, em 2007, que também impactou
a economia em certa medida. Em nov/2019, a revista
The Economist publicou a matéria Brazil takes off, sobre
as potencialidades de um Brasil que parecia decolar.


Michel Temer – este assumiu durante pouco tempo.
Mesmo assim, obteve o quarto retorno e o terceiro
retorno líquido positivo, com perda discreta.


Dilma Rousseff – as ações geraram a segunda maior
perda e a maior variação (negativa). O governo foi
pautado por forte interferência na política de preços da
Petrobras. O temor dos investidores foi precificado pelo
mercado e gerou grandes perdas.


Jair Bolsonaro – assumiu a Petrobras com significativa
expectativa de retorno, mas com os últimos
acontecimentos, abalou a confiança dos investidores.


Do gráfico anterior e das constatações dele decorrentes,
emergem duas perguntas: 1) o modelo mental de
governança de uma organização com as características
da Petrobras impacta seus resultados? 2) qual modelo
mental se aplica a esse tipo de empresa? Adiante, os
nossos leitores perceberão nossa resposta a essas
perguntas.

Após esta breve análise e antes das próximas
considerações, não podemos deixar de fazer uma
reflexão importante: governantes, que não são eternos
no poder, necessitam adotar modelos mentais corretos,
planejar a longo prazo, serem comprometidos com a
responsabilidade social, a governança corporativa e
sustentabilidade. Precisam conceber e implementar
soluções inovadoras, visando a inserção do Brasil no
ranking de Países desenvolvidos. O País é muito mais
do que um grande território caracterizado por muitas
riquezas naturais, com regras legais que o tornam
soberano: tem um povo, que merece um futuro melhor.

O conflito de governança da Petrobras
Em 2016, publicamos, nesta Revista RI, o artigo
denominado Governança das Empresas de Controle
Estatal (ago/2016), onde discorremos sobre a
complexidade de governança corporativa de empresas
estatais e daquelas como a Petrobras. Por ser uma
empresa de economia mista, a Companhia tem uma
natureza dual: é controlada pelo governo federal e,
concomitantemente, tem exigentes sócios privados,
dentro e fora do Brasil. Uma empresa com tal perfil é
governada considerando interesses que podem ser
altamente conflitantes.

Sugerindo aos nossos leitores a leitura do artigo
supracitado, resumimos aqui três raciocínios conceituais
nele apresentados, aplicados a uma petroleira genérica
de economia mista, respectivamente sobre três
questões: 1. preços de combustíveis; 2. investimentos
em exploração de reservas petrolíferas e outras
necessidades; e, 3. reservas petrolíferas especiais (a
exemplo dos campos do pré-sal).
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