Banco Central do Brasil
Revista RI/Rio de Janeiro - Orquestra Societária
quarta-feira, 10 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - CMN
E quanto ao ocorrido? A nosso ver, desponta a
percepção de que antes da decisão tomada pelo
presidente da República, algo deveria ter sido tentado,
sob a coordenação do Ministério da Economia, para
mitigar os impactos dos aumentos dos preços de
combustíveis na economia nacional e internacional e na
vida dos cidadãos brasileiros. Concomitantemente,
preservando a saúde financeira da Companhia, mesmo
com a pandemia COVID-19.
Aparentemente, a tentativa não aconteceu – ao menos
que pudéssemos perceber – e não temos informações
que nos permitam entender o que poderia ter dificultado
sua viabilização. Ao mesmo tempo, acreditamos que o
efeito da decisão presidencial seja desfavorável ao
ambiente capitalista do Brasil, na perspectiva da
governança corporativa e do mercado de capitais
nacional. Ambos perdem – e muito.
No day after ao furacão, isto é, 23/02/21, o Conselho de
Administração da Petrobras aprovou a realização de
uma Assembleia Extraordinária – AGE para a
destituição do atual presidente, Roberto Castello
Branco, do cargo de membro do colegiado diretivo (isso
reforça sua saída em breve). Nessa AGE, deverá ser
formalizado o ingresso do general indicado pelo
presidente Bolsonaro, Joaquim Silva e Luna, ao cargo
de membro do Conselho. O processo de aprovação do
general Luna passará pela análise de gestão e
integridade e pelo Comitê de Pessoas, e aqui se
percebe atenção aos ritos de governança da Petrobras.
Após a forte queda do dia 22 de fevereiro (20,48%), no
dia seguinte registrou-se alta das ações preferenciais
(12,17%) e também das ordinárias (8,96%). Mesmo
assim, destacamos não apenas a perda líquida de valor
de mercado da Companhia, mas a queda na confiança,
tão importante e cara aos mercados de capitais.
Confiança é matéria prima para que esses mercados
possam operar como efetivos instrumentos de
desenvolvimento econômico nas economias capitalistas.
Como evoluirá a Petrobras a partir do furacão de 22 de
fevereiro? Pode-se formular cenários, mas ficamos por
aqui.
Terminamos este artigo incentivando os nossos leitores
a se manifestarem sobre este artigo e a contribuírem
com suas visões sobre os possíveis cenários pós
22/02/21 que, após aprovação, poderão ser publicados
em próximos artigos, inclusive acompanhados por
entrevistas com os que compartilharem suas opiniões.
Desejando que todos estejam com saúde e protegidos,
no contexto da pandemia que, infelizmente, ainda não
arrefeceu em nosso País.
Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
CMN, Banco Central - Perfil 1 - IPCA, Banco Central -
Perfil 1 - Paulo Guedes, Banco Central - Perfil 1 - B3,
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