Newsletter Banco Central (2021-03-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Veja/Nacional - Economia
sexta-feira, 12 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

dólares de ajuda para a economia — poderoso a tal
ponto que muitos economistas já até temem pelo
descontrole da inflação no país.


No fim do ano passado, o ministro da Economia, Paulo
Guedes, e a sua equipe contavam com fenômeno
parecido para puxar a retomada da economia brasileira.
O otimismo era tal que se acreditava que nem seria
necessária a extensão do auxílio emergencial, que
deixou de ser pago em janeiro. Afinal, o brasileiro tinha
acumulado, em 2020, uma poupança extra de 250
bilhões de reais. Para o Banco Central, tal reserva se
devia a dois motivos. O primeiro era circunstancial, já
que mesmo os consumidores de maior renda não
podiam gastar com tantos estabelecimentos comerciais
fechados. O outro foi, digamos, preventivo, uma vez que
os brasileiros preferiram diminuir gastos, para poder
enfrentar dias mais duros que poderiam vir pela frente.


Durante a pandemia, o brasileiro elevou o índice de
poupança de 12,5% em relação ao PIB, em 2019, para
15%, em 2020. Em certo ponto do segundo semestre,
esse indicador chegou ao pico de 19%. Ao que tudo
indica essa baixa no fim do ano levou o brasileiro a
gastar um pouco da poupança extra — o que explica o
aumento do PIB em 3,2% no quarto trimestre.


Tudo estava de acordo com os planos de Guedes, mas,
como se sabe, a segunda onda da pandemia veio e,
junto com uma nova variante do coronavírus surgida em
terras brasileiras com maior capacidade de contágio,
varreu as esperanças de uma retomada mais robusta
para o início de 2021. “A diminuição da poupança
aconteceu de forma muito marginal”, diz Isabela
Tavares, economista da Tendências. “Uma redução
gradual pode acontecer ao longo do segundo semestre,
mas isso só ocorrerá sem as incertezas sobre a crise
sanitária.”


Agora, o governo tenta, ao trazer de volta o auxílio
emergencial, salvar o PIB do segundo trimestre e evitar


que o Brasil entre de novo numa recessão técnica. O
mercado dá como certa uma queda do PIB nos
primeiros três meses de 2021. Boa parte dos analistas
esperava recuperação no segundo trimestre, mas as
previsões foram baixadas para uma queda do PIB em
torno de 0,5%, segundo o economista-chefe da gestora
Asa Investments, Gustavo Ribeiro. O Itaú Unibanco
estima que se a economia estivesse se abrindo e não
fechando, como acontece agora, o PIB do ano poderia
crescer 5%, em vez de 3,26%, conforme a média de
expectativas do mercado.

Para que as previsões mais pessimistas não
prevaleçam, será importante que o governo consiga
principalmente acelerar a vacinação, seguindo a
mensagem transmitida por Guedes nas últimas
semanas: sem o controle da pandemia, não tem
recuperação econômica. Mesmo que sobre dinheiro no
bolso de parte dos brasileiros.

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