MARCOS COIMBRA - 2022 vem aí
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Revista Carta Capital/Nacional - Colunistas
quinta-feira, 11 de março de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas
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Autor: MARCOS COIMBRA
Somente quem acredita no coelho da Páscoa imagina
que a situação do País vai melhorar nos próximos 12
meses. Bolsonaro tem tudo para perder as eleições
Daqui a um ano, em março de 2022, estaremos a seis
meses da eleição presidencial. De lá em diante, só
haverá uma pergunta na pauta: quem será o próximo
presidente? Por enquanto, ainda há outros assuntos. As
mudanças na liderança do Congresso, as contradições
do Supremo Tribunal Federal, o ridículo governo de Jair
Bolsonaro e sua penca de milicos. Quem, há alguns
anos, imaginaria que assim estaríamos às vésperas da
eleição, o Legislativo presidido por gente como a de
agora, o Judiciário por alguém como Luiz Fux e tendo à
frente do Executivo um capitão que o Exército declarou
inapto?
É dessa maneira, no entanto, que lá chegaremos e
qualquer discussão a respeito da eleição começa por
reconhecer que as coisas vão mal e as pessoas estão
insatisfeitas, com a sensação de que a vida piorou.
Somente os que acreditam no coelhinho da Páscoa
imaginam que vai melhorar nos próximos 12 meses. Do
Legislativo não virá nada (salvo o mesmo de sempre,
piorado) e do Judiciário tampouco. Quanto ao que pode
vir do governo nem Bolsonaro espera alguma coisa.
Tudo que ele faz atualmente sugere que entregou os
pontos. É até possível que, lá em 2019, ainda
acreditasse em si mesmo, que conseguiria fazer um
governo decente, pois lhe haviam dito que seria fácil.
Não era e foi incapaz de se reinventar. Teve, por
exemplo, de abandonar a pretensão de liderar um plano
nacional-desenvolvimentista e só lhe restou continuar
amarrado ao seu ministro da Economia, antediluviano e
cascateiro. Da turma de ideólogos de araque que
recrutou para o Ministério não veio nada. De onde se
esperava que nada viria, como de Sergio Moro, não veio
nada mesmo.
Em sua trajetória política, sempre como deputado eleito
por um segmento limitado, Bolsonaro aprendeu uma
única lição: pensar só na sua turma, falar apenas com