Dragões - 201605

REVISTA DRAGÕES maio 2016

OsImortais 47

Augusto Ferreira no seu ateliê, em 1917

Albano de Campos, um

bombeiro herói do Porto e

campeão do boxe portista

O pintor num momento de

criação: Ventura Júnior surge à

direita na imagem

Jaime

Correia de

Campos,

atleta do

FC Porto,

visto por

“Simplício”

Ventura Júnior, em 1917,

nos primórdios da secção

de pugilismo do FC Porto

Trabalho gráfico de Augusto Ferreira para a revista “Sporting”

Cartoon de Almeida Coquet publicado na Imprensa

portuense na década de 1920

Ventura Júnior foi um impulsionador do pugilismo portista na segunda

década do século passado, colocando, ainda que com algum amadorismo,

o clube entre os emblemas praticantes da nobre modalidade em Portugal.

Com frequência, também era convocado para arbitrar combates, uma

função que lhe permitiu permanecer ligado ao boxe quando já não competia.

Mas a arte era o outro fascínio de Ventura Júnior. Assinou quadros e

colaborou com as principais publicações jornalísticas da cidade, tendo

sido igualmente muito próximo de António Cruz Caldas, que o perpetuaria,

tal como a “Simplício”, em desenho.

A carreira artística de Ventura terá ainda permitido a este portista conviver

com o célebre pintor portuense Dominguez Alvarez. Por outro lado, sabe-se

que foi um dos artistas plásticos chamados a produzir obras e trabalhos

decorativos para edições do sumptuoso Salão Automóvel do Porto e

na famosa primeira Exposição Colonial realizada no Palácio de Cristal

(Porto) em 1934, onde também participou num concurso, com o quadro

“Manipansos”, proposto para venda pela organização do certame.

Se António Cruz Caldas foi o mestre e inspirador da carreira artística
de “Simplício” – que se estendeu à publicidade e à produção de
cenários para teatro –, o percurso desportivo de Augusto Ferreira e a
consequente chegada ao FC Porto foi o resultado da visão de Almeida
Coquet, antigo atleta do clube (e de outros emblemas) e personalidade
forte do jornalismo desportivo portuense nas primeiras décadas do
século passado.
Coquet representou o FC Porto pelo menos em futebol, surgindo entre
os jogadores inscritos pelo emblema nas competições primordiais da
Associação de Futebol do Porto (fundada em 1912). Apaixonado pelo
fenómeno desportivo em geral, Almeida Coquet também foi árbitro de
futebol e assinou notícias e opinião em diferentes publicações/jornais
portuenses e nacionais, experimentando também uma veia artística
para o desenho humorístico/satírico.

Traços do destino

o pintor das

luvas de boxe