REVISTA DRAGÕES maio 2016
Era o tempo de Araújo, Barrigana, Correia Dias e vários outros craques,
mas nem por isso o mais otimista dos portistas seria capaz de imaginar
o triunfo sobre o campeão de Inglaterra, a equipa do Arsenal então
considerada a melhor do mundo. Mas naquela tarde de 6 de maio de 1948,
no Estádio do Lima, aos 20 minutos, já as bancadas tinham festejado o
golo de Araújo e mais dois de Correia Dias. O terceiro herói, Barrigana,
trataria de defender quase tudo, só se deixando bater por duas vezes,
garantindo o 3-2 final para o FC Porto. Tamanha proeza teria que ser
imortalizada, e foi: os sócios organizaram-se, criaram uma comissão, que
dirigiu uma angariação de fundos para a produção de uma obra de arte
que perpetuasse o triunfo. Foi realizado um concurso público, originando
várias propostas. A escolhida é jóia da coroa do Museu FC Porto, num
espaço próprio que homenageia os adeptos. O concurso foi recebido pela
comunidade artística como um desafio, que originou várias propostas,
todas elas de qualidade indiscutível, tal como o desenho escolhido para
Objeto do Mês de maio, que pode ser apreciado no hall do Museu, até ao
último dia do mês.
Numa noite de casa cheia, as Vozes da Rádio voltaram aos palcos no
auditório Sardoeira Pinto, antecipando a apresentação do seu mais
recente trabalho, que três dias depois reapresentaram na Casa da
Música. Jorge Prendas, António Miguel, João Ricardo Fráguas e Rui
Vilhena foram os convidados do Dar Letra à Música de abril, intervalando
a conversa com a dupla Tito Couto/Jorge Oliveira com a interpretação
de temas conhecidos e outros inéditos do álbum “Canções do Homem
Comum”, o seu mais recente trabalho. Foram contadas histórias de
meninos de coro e outras mais picantes, numa viagem que levou
o auditório desde as origens até ao recente renascimento do grupo,
agora recolocado em lugar de destaque na música portuguesa. Tudo
isto salpicado por muito humor e interpretações de grande qualidade,
fazendo jus à imagem de marca das Vozes da Rádio.
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