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João corre em direção à barraca de coco. Pedro o acompanha.
CENA 7 ∙ BARRACA DE COCO DE SEU ANTÔNIO ∙ EXT - DIA
ANTÔNIO: Oi, João. Vai querer sua água de coco?
JOÃO: Na verdade, seu Antônio, eu gostaria de lhe perguntar uma
coisa.
ANTÔNIO: O que foi? Diga!
JOÃO: Eu ontem andei no calçadão e não me lembro de ter visto
aqueles bancos ali. O senhor, que fica muito tempo aqui, viu a
movimentação de alguém colocando os bancos?
ANTÔNIO: Que bancos?
João aponta na direção dos bancos.
JOÃO: Aqueles que estão perto dos coqueiros.
ANTÔNIO: Não sei. Não vi nada. Deve ter sido a prefeitura. Por
quê?
JOÃO: Mas não parece, seu Antônio. Aqueles são de mármore, e
todos os bancos colocados na orla pela prefeitura são de cimento
e madeira.
ANTÔNIO: Seja lá quem for, que bom que colocaram, né? Assim
as pessoas vão ter um local para descansar e ficar apreciando a
paisagem, que é muito bonita.
JOÃO: Mas, seu Antônio, aqueles bancos têm um formato
diferente.
PEDRO: João colocou na cabeça, seu Antônio, que os bancos
estão formando um símbolo. Eu não vejo nada disso.
Neste momento, chega um cliente.
CLIENTE: Um coco, por favor.
Seu Antônio sai e vai atender o cliente.