RDFQNF_VERSÃO DIGITAL_FINAL

(Oficina dos Filmes) #1

168


igreja evangélica. Há também uma pequena praça onde crianças
brincam e alguns adultos estão a conversar.

Mauro avista, nessa praça, um vendedor ambulante ao lado de seu
carrinho de pipoca.

MAURO: O senhor sabe onde é que tem um terreiro de candomblé
por aqui?

AMBULANTE: Siga em frente, sempre pela esquerda. Depois do
cruzamento, você vai ver um mercadinho. Ao lado dele, tem uma
escadaria. Pode descer as escadas e perguntar que qualquer
pessoa te informa.

MAURO: Muito obrigado!

Mauro segue sua caminhada.

Som de atabaques e Música de Zé Pilintra (V.O):
Ô Boa noite, pra quem é de Boa noite!
Ô Bom dia, pra quem é de Bom dia!
A bença, meu papai, a bença!
Seu Zé Pilintra é o rei da boemia.

Mauro desce as escadas segurando o corrimão, firmemente, com a
mão direita. Logo na descida, ele vê, novamente, a imagem do “nego”
Zé Pilintra, bem vestido como de costume.

Seus olhares se entrecruzam.

Desta vez, ele aparece no final da escada, que dá acesso ao terreiro,
com o chapéu caído paro lado direito e um gingado malandro no
corpo. Zé Pilintra, de cabeça baixa, olha para Mauro por baixo do
chapéu e sorri com o canto direito da boca.

Mauro se assusta e “cai” sentado no oitavo degrau da escada. Zé
Pilintra dá uma gargalhada e acende um cigarro, lançando uma longa
fumaça na direção de Mauro. Mauro, ainda sentado, recua de costas,
subindo dois degraus.

Zé Pilintra atravessa a fumaça e sussurra em seu ouvido.

ZÉ PILINTRA: Láaróyè*!
Free download pdf