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E ALÉM
AO ESPAÇO
A Guerra Fria impulsionou o desenvolvimento
tecnocientífico mundial, contexto no qual os Estados
Unidos criaram a maior agência espacial já vista
TEXTO E ENTREVISTAS MARINA BORGES/COLABORADORA
DESIGN JAMILE CURY
Q
uando se fala em exploração do espaço,
geralmente o primeiro nome que vem à
mente é o da NASA – agência espacial
norte-americana responsável pelo desen-
volvimento dessa área científica –, mas nem sempre
foi assim. A história da National Aeronautics and Spa-
ce Administration (significado da sigla, em inglês) teve
início com as disputas acirradas entre os Estados Uni-
dos (EUA) e a União Soviética (URSS) durante a Guerra
Fria. Com os investimentos em tecnologias e aparatos
bélicos, uma potência estimulava a outra, caracterizan-
do o desejo de ambas as nações cruzarem a linha de
chegada do espaço como símbolo de poder e suprema-
cia no cenário mundial. Devido à pressão da URSS, que
liderava a corrida, os EUA se sentiram ameaçados e re-
solveram fundar uma agência nacional para administrar
a atividade espacial não-militar do país. Foi em meio à
Guerra Fria que o então presidente americano, Dwight
David Eisenhower, assinou o decreto que deu origem à
NASA em 1958.
Segundo o historiador Lucas Paris, a corrida espacial
não pode ser compreendida como um expediente téc-
nico e científico neutro. “Todo e qualquer avanço das
sociedades humanas pautou-se em interesses sociais e
de poder. Assim aconteceu com as grandes navegações,
a revolução industrial e o neocolonialismo. No caso da
Guerra Fria, o jogo político existiu em função das super-
potências nucleares: Estados Unidos e União Soviética”,
explicita.
Pioneirismo soviético: os Sputniks
Durante a Guerra Fria, a União Soviética largou na
frente dos Estados Unidos na disputa pela hegemonia
espacial. Pioneiros em realizar o lançamento de um saté-
lite artificial à órbita da Terra – o Sputnik I –, os soviéticos
deram início, então, a uma jornada emblemática pelo es-
paço. Além desse feito, a nação socialista foi a primeira a
levar um animal, a cadela Laika, e um humano, o astronau-
ta Yuri Gagarin, para fora dos limites terrestres.
O dia 4 de outubro de 1957 categorizou o início, de
fato, da corrida espacial travada entre os soviéticos e
os norte-americanos. Dessa forma, o Sputnik I se ca-
racterizou como um marco histórico. Apesar da sim-
plicidade do projeto, o satélite auxiliou astrônomos na
identificação das mais altas camadas atmosféricas da
Terra.
NASA
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