Eu pego meu cachorro-quente e dou uma grande mordida.
Isso alivia um pouco mais a tensão e logo Marley está rindo e
provando todos os diferentes condimentos com pequenas
mordidas.
Mas, por alguma razão, a coisa favorita dela não é um
condimento.
— Só pipoca? — Eu pergunto, incrédulo, quando ela
cuidadosamente coloca mais uma em cima do seu cachorro-
quente e dá uma mordida. — De todos esses complementos,
pipoca é seu favorito?
Ela dá de ombros, se divertindo.
— Eu devo ser um pouco como um pato.
Isso me faz sorrir. Passo o restante do jantar fazendo
diferentes combinações de condimentos para deixá-la com nojo,
embora minha mistura de bacon, molho barbecue e queijo seja,
definitivamente, genial.
Conforme nossa refeição acaba, a conversa morre. Eu enfio
minha última batata frita na boca. Marley deixa as últimas
mordidas de seu cachorro-quente de lado. Nós dois ficamos em
silêncio e a eletricidade que estávamos tentando afastar
preenche a sala. Eu sei que Marley nunca mostrou suas histórias
antes, e eu com certeza não mostrei meus artigos para ninguém.
Bom, não pessoalmente.
Mas... eu não acho que nosso estilo de escrita é o ponto aqui.
Eu pigarreio e me levanto para levar os pratos para a pia.
Com o canto do olho, eu a vejo brincar com seu guardanapo,
dobrando-o e desdobrando.
Eu me viro e vejo os dedos dela torcendo o material.
— Você está nervosa? — Eu pergunto.
Ela ergue os olhos de uma forma que diz: pra caramba.
— Bom. Porque eu estou nervoso — eu admito.
Ela parece surpresa.
— Você está?
— Bastante nervoso — respondo, estudando o rosto dela, das
sardas em seu nariz aos seus lábios cheios. Todos os traços
parecem diferentes nesse novo cenário e meu coração está
batendo mais rápido. — Quer dizer, você está aqui.
car0l
(CAR0L)
#1