dela e esperou o remador.
O caíque balançava
levemente, como se a
brisa dançasse sozinha a
valsa vienense. Aguardou
um breve tempo, e logo
estava sendo levado rio
abaixo, próximo da
margem, por um homem
alto, com cabelo curto,
barba longa e queixo
comprido. Ele sorriu
quando Anastácio virou-se
pra trás. Parou de remar e
alisou a barba comprida e
grisalha com uma mão,
depois com a outra. Disse
alguma coisa que
Anastácio não entendeu,
depois alisou a barba
novamente, como antes, e
se pôs a remar.
Anastácio perguntou o
nome dele, mas o remador
não disse.
O silêncio da manhã era
quebrado só pelo remo do
remador que barulhava na
água e impulsionava a
embarcação. Mesmo sem
que o passeio
apresentasse qualquer
perigo, Anastácio estava
com as duas mãos
firmemente agarradas no
banco. Seus músculos já
doíam de tanta força que
fazia.
Via alguns pássaros
voando sobre eles ou
sobre a mata costeira, via
o outro lado do rio, distante
e inerte, com suas
plantações, via o caíque
ganhar velocidade. Olhou
novamente para o homem
que remava. Ele começou
a acelerar os movimentos
e, a cada remada, ele
soltava um gemido gutural
e perverso, a cada remada
seu aspecto parecia
modificar-se.
Anastácio olhou pra frente
e percebeu que estavam
indo para o meio do rio.
Virou-se novamente para
falar com o homem e se