arrependeu, pois parecia
que raios negros
explodiam de seus olhos.
Balançou a cabeça como
para apagar aquela visão,
mas o mesmo rosto
retornava, com mais
nitidez.
O rio volumoso e calmo
agora parecia ter pedras
que causavam pequenos e
constantes solavancos na
embarcação. Ia aos
trancos, fazendo Anastácio
desequilibrar-se e, às
vezes, saltar do banco e
quase cair na água.
O barqueiro se pôs a dar
risadas estrondosas.
Anastácio se assustou e
começou a tremer. Sentiu-
se fragilizado e perdido.
Pensava em sair daquele
sufoco, mas jogar-se no rio
não era solução, pois ele
não sabia nadar muito bem
e tinha pouca resistência.
Depois das risadas, o
homem começou a falar de
um modo que Anastácio
não conseguia entender o
que ele dizia. Silenciou de
repente. Era uma situação
que causava estranheza
no rapaz.
O dia ficou nublado, baixou
uma densa neblina e
Anastácio já não
enxergava as margens do
rio. Olhou para trás e nisto
o remador levantou
ameaçadoramente o remo
contra ele. Estirou-se no
fundo do barco pra fugir do
golpe. Mesmo assim foi
atingido nas costas. Mas o
golpe não lhe causara
nenhuma dor. Ficou
deitado até perceber que
tudo parecia resolvido,
então levantou-se. Olhou
para trás e não encontrou
o remador. Procurou com
o olhar, poderia ele ter
caído no rio. Mas não viu
nenhum movimento nas
águas e não ouviu
qualquer barulho ou