Uma pausa se fez. Era um momento de refazimento,
em que a morte sorvia calma e prazerosamente os
aromas dulcíssimos do triunfo. E não seria demais
afirmar que em toda a sua trajetória, ela jamais sentira
deleite maior do que o que experimentava neste
instante. Mostrava, assim, às oponentes, quem de fato
eram os personagens secundários, e lhes impunha uma
dolorosa realidade: O Anjo da Morte morreria. Mas os três
flagelos perderiam a razão de ser.
E como arremate à sua encenação, a morte
esmagava a ampulheta com o pé esquerdo, transmitindo
a ideia de que o tempo delas também havia chegado.
Mas a morte não se satisfez, e, enérgica, passou a
desafiá-las abertamente. Ela sabia que, fosse qual fosse a
reação, sempre sairia ganhando:
- Anda! ó guerra , panaceia dos insensatos,
desembainha a tua espada e me degola! – e oferecia
satisfeita o pescoço.
E como não obtivesse o pretendido, voltava-se para
a peste :
- Vamos! ó peste , lodaçal virulento, flecha-me de vez
o peito! – e o ofertava sem temor.
Mas o arco se mantinha frouxo. Então se virou para a
fome :
- Adiante! ó fome , sanguessuga dos subnutridos,
desossa-me se puderes! – e caía na gargalhada, ante a