Crusoé - Edição 180 (2021-10-08)

(Antfer) #1

BNDES:


monitoramento para impedir interferência política


A transposição da cartilha do Bidenomics para os trópicos desperta outras


preocupações. A primeira é que a margem fiscal necessária para o


governo realizar investimentos é muito estreita. Hoje, o teto de gastos


vigente no Brasil não permite que o país eleve os gastos além da sua


capacidade de honrá-los. O governo também tem pouca capacidade para


obter recursos no exterior. Como o país perdeu o grau de investimento,


uma espécie de “selo de bom pagador”, empréstimos lá fora só podem ser


obtidos com juros elevados. “A capacidade que os Estados Unidos têm de


se endividar é infinita. Todos os credores do mundo confiam neles. Mas o


Brasil vive outra realidade e não podemos esquecer isso. Somos um país


da periferia, que tem dificuldade para obter recursos”, diz o economista


Simão Silber, professor da USP e pesquisador da Fundação Instituto de


Pesquisas Econômicas, a Fipe.


Os que têm simpatia pelo Bidenomics dizem entender essas limitações.
Mesmo assim, argumentam que haveria meios de elevar os investimentos


com efeito multiplicador. “O Brasil pode fazer isso, mas claro que numa


escala bem menor. Hoje temos espaço fiscal para aguentar subida de


salário de militar, para fazer emenda de relator (refere-se ao orçamento


paralelo usado pelo governo para agradar a sua base aliada). Então, é


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