Crusoé - Edição 180 (2021-10-08)

(Antfer) #1

uma questão de decidir como usar esse espaço”, defende Nelson


Barbosa.


O ponto mais alarmante é como os especialistas imaginam coordenar
esses investimentos no Brasil. O atalho óbvio é o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES. Mas aí começam a surgir
outros sinais de alerta. Para qualquer cidadão que testemunhou as
transferências feitas durante os governos petistas para empresários
camaradas, lembrar do BNDES como solução causa calafrios. À época, 15
bilhões de reais foram destinados ao Grupo X de Eike Batista, 31 bilhões
de reais para a JBS dos irmãos Joesley e 51 bilhões de reais para a
construtora de Marcelo e Emílio Odebrecht, em valores atualizados.


Não dá para achar, evidentemente, que isso é uma maneira de reduzir a


desigualdade social. “No Brasil, quem propõe essas ideias precisa


primeiro se perguntar se a nossa experiência de banco de


desenvolvimento e política industrial foi efetiva ou não. Exceto em casos


que podem ser contados nos dedos, o que fizemos foi emprestar com


subsídios para quem não precisava, sem contrapartida de mais


investimentos ou de aumento na produtividade”, diz Sérgio Lazzarini, do


Insper.


Os saudosistas do BNDES querem virar essa página e teimam que o
banco deveria ter um papel fundamental na nova era capitaneada por
Biden, mas sob um monitoramento cuidadoso para impedir interferências
políticas. Eles também se juntam aos que criticam o banco por ter
investido em áreas que passavam longe da busca por inovação, o que é
um dos mantras nos Estados Unidos de agora. Em vez de investir em
setores tradicionais já consolidados, o banco deveria ter focado em
empresas que atuam com pesquisa e desenvolvimento e com projetos
ambientais.


Vai dar super certo.


®®

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