pela ditadura militar, mas preferiu não entrar na luta armada, para
ingressar na “contracultura”. Em 1995, mesmo sem ter cursado a
faculdade, ele defendeu na Universidade Federal da Bahia uma tese de
mestrado em sociologia, com especialização em antropologia, e conseguiu
o título de antropólogo.
Risério vive dos seus textos. Entre 2002 e 2010, foi redator das campanhas
presidenciais do PT. Trabalhou com Duda Mendonça e João Santana.
Depois, passou a acusar o marketing político de manipulação e
estelionato. A experiência foi narrada em um romance, intitulado “Que
Você é Esse?”.
O antropólogo, que há cinco anos vive na ilha de Itaparica, não tem redes
sociais e não usa nem sequer o WhatsApp, é hoje um dos principais
críticos da visão de história que divide o mundo entre mocinhos e
bandidos, de acordo com o sexo ou com a cor da pele. Para ele, é preciso
conhecer os fatos e seus protagonistas, sem reduzir tudo a arquétipos e
caricaturas. “Não acredito que a busca de uma sociedade mais justa
precise se alicerçar na falsificação histórica e na mentira. Pelo contrário:
temos de não nos enganar, de saber muito bem quem somos e do que
somos capazes”, diz nesta entrevista a Crusoé.
O brasileiro costumava se ver como um povo pacífico, miscigenado e
festivo. Isso está mudando?