A: Claro! Tudo tem lugar na consciência, logo é a consciência que
busca a si mesma. E há mais alguém, além da consciência?
E: Então, quando ela se dá conta de sua verdadeira natureza...
A: Ela transcende-se.
E: Transcender-se quer dizer que vai mais além da própria
consciência.
A: Claro! É dar-se conta de que a consciência não é real, que é
dentro do sonho, no estado de sonho.
E: Ela mesma pode se dar conta de que não é real?
A: Claro! Afinal, cansa-se de experimentar e de buscar, então o
buscador individual desaparece. E na medida em que desaparece,
o buscador passa a ser o que é buscado, mas já não há um
buscador individual. Ele se dá conta de que está buscando a si
mesmo e que não há ninguém mais, que não há nada fora, porque
tudo tem lugar dentro da consciência; e sem a consciência não há
nada.
E: Na realidade, a questão do carretel era clara para mim
mentalmente, mas não a assimilei muito, porque parece ilógico,
não?
A: Para a mente que se mova na dualidade, sim.
E: Costuma-se dizer: “Há um carretel estabelecido” e “Eu descubro
minha vida”. Mas, se já está estabelecido...
A: Claro que está já estabelecido! Assim como a árvore já está na
semente, com todos os seus frutos, com todas as suas folhas.