das durante a COP 21. Por exemplo,
o Brasil apresentou metas ambicio
sas em relação à queda do desma
tamento e à volta para as energias
renováveis, sobretudo em um perío
do de crise na economia”, analisa. A
especialista alerta, no entanto, que a
implementação do acordo não ocor
rerá imediatamente, uma vez que a
denominada “urgência climática” já
vem sendo abordada pelos cientis
tas há décadas.
O plano de compromisso finan
ceiro (de três anos) tem o apoio da
União Europeia e objetiva adaptar
as bacias hidrográficas de algumas
nações aos efeitos da mudança cli
mática. O documento busca, tam
bém, fortalecer os mecanismos de
monitoramento da água em diver
sas regiões, promover a sustentabi
lidade financeira e incentiva novos
investimentos nos sistemas de ges
tão de recursos hídricos.
O pacto vai ajudar, ainda, a
aperfeiçoar e recuperar sistemas de
águas na China, México, Jordânia,
Líbano, Marrocos, Tunísia, e Con
go. Outra meta envolve a coalizão
de 10 grandes centros urbanos no
mundo, que reúnem mais de 85 mi
lhões de habitantes.
Paulina Chamorro analisa, tam
bém, que os debates em torno da
água durante as reuniões na capital
francesa denotaram a importância
do recurso para o planeta. “Ao lado
da energia, a água será o grande de
safio global para os próximos anos.
Até mesmo a Igreja Católica, por
meio da Campanha da Fraternida
de deste ano (que destaca o sane
amento básico), está engajada no
tema. O Brasil sofre com a falta de
proteção aos cursos d’água e o des
matamento, que degrada as matas
ciliares”, afirma. A jornalista ressal
ta, ainda, que, em julho de 2010, a
Assembleia Geral da ONU declarou
a água limpa e segura e o sanea
mento um direito humano essen
cial para gozar plenamente a vida.
No âmbito geral, o Acordo de
Paris foi ratificado pelas 195 dele
gações partes da Convenção das
Nações Unidas sobre Mudança
Climáticas e pela União Europeia.
Um dos objetivos é manter o aque
cimento global “abaixo de 2ºC”. De
acordo com o texto final, no que
diz respeito ao financiamento cli
mático, os países desenvolvidos
deverão investir US$ 100 bilhões
por ano em medidas de combate à
mudança do clima e adaptação em
países em desenvolvimento.
Na avaliação do secretário
geral das Nações Unidas, Ban Ki
moon, o documento representa
um período especial para reduzir
os riscos da mudança climática.
Pela primeira vez, cada país se
comprometeu a diminuir as emis
sões de poluentes e somar esfor
ços para o desenvolvimento de um
planeta mais sustentável.
De acordo com Paulina Cha
morro, a encíclica “Louvado Seja”,
documento assinado pelo papa
Francisco e divulgado meses antes
da realização da COP 21, teve gran
de influência nos preparativos para
o evento sobre o meio ambiente.
O texto enfatizou a necessidade
de os seres humanos refletirem
constantemente a respeito do uso
adequado dos recursos naturais e
da relação da humanidade com a
ecologia. “Sabíamos que o pontífice
vinha preparando uma carta vol
tada para o tema, mas os jornalis
tas não esperavam que a redação
fosse tão contundente e mostrasse
um caminho a ser seguido, com a
indicação de que o modelo econô
mico baseado no capitalismo é um
dos principais fatores da desigual
dade social e do desequilíbrio am
biental”, explica. l
HISTÓRICO
DE REUNIÕES
DA COP
1995: COP 1, em Berlim, na
Alemanha
1996: COP 2, em Genebra,
na Suíça
1997: COP 3, em Kyoto, no Japão
1998: COP 4, em Buenos Aires,
na Argentina
1999: COP 5, em Bonn,
na Alemanha
2000: COP 6, em Haia,
na Holanda
2001: COP 7, em Marrakech,
no Marrocos
2002: COP 8, em Nova Déli,
na Índia
2003: COP 9, em Milão, na Itália
2004: COP 10, em Buenos Aires,
na Argentina
2005: COP 11, em Montreal,
no Canadá
2006: COP 12, em Nairóbi,
no Quênia
2007: COP 13, em Bali,
na Indonésia
2008: COP 14,em Poznan,
na Polônia
2009: COP 15, em Copenhagen,
na Dinamarca
2010: COP 16, em Cancún,
no México
2011: COP 17, em Durban,
na África do Sul
2012: COP 18, em Doha, no Qatar
2013: COP 19, em Varsóvia,
na Polônia
2014: COP 20, em Lima, no Peru
2015: COP 21, em Paris, na França
*O próximo encontro sobre a
Conferência das Partes (COP 22)
está marcado para Marrakech,
no Marrocos, em 2016.