emulsificantes.
FERMENTO
Fosfato duplo de alumínio e sódio, fosfato monocálcico, pirofosfato
ácido de sódio e lactato de cálcio: eles fazem a massa ganhar corpo.
ANTIGOSMA
Um derivado do petróleo, o TBHQ, serve para evitar que as gorduras
animais e vegetais fiquem rançosas, principalmente depois de fritas.
MELECA DE BACTÉRIAS
Goma Xantana: é uma pasta feita de bactérias que adoram o açúcar dos
carboidratos. Serve para dar consistência a um produto processado.
DETERGENTE
Tripolifosfato de sódio: é um faz-tudo da indústria química, porque
entra na formulação de sabão para lavar roupa e louça, detergente para
banheiro, creme dental. Na comida, ele serve apenas para estabilizar e
conservar os ingredientes.
VICIADOS DESDE PEQUENOS
Desde a infância, somos educados a ter uma relação de poder com a comida:
para comer a sobremesa, você precisa comer a verdura – a premiação depois do
sacrifício. Quando você cresce, conquista a independência alimentar e pode
comer nuggets todo dia, sorvete e chocolate sem fazer escalas em repolhos e
acelgas, pipoca em frente à TV nas tardes inúteis de domingo. Porque você
merece uma recompensa imediata, depois de um dia difícil. Você merece, depois
de ter levado um fora, de ter sido promovido ou despedido. Não porque está com
fome ou desaprendeu a comer. Autoindulgência. “É uma relação inconsciente
que as mães estabelecem com os filhos quando prometem sobremesa depois da
chicória e que a indústria alimentícia – e a do cigarro também – usa com
maestria”, me contou Robson Henriques, publicitário, pesquisador e historiador,
que trabalhou com as maiores marcas de cigarro, alimentos e consumo do
mundo.
Nos manuais de boas práticas da propaganda de cigarro estavam escritas as
regras de ouro da recompensa imediata para os fumantes: os homens ficavam
instantaneamente mais viris, aventureiros, misteriosos e desejados. Mulheres
ganhavam autoconfiança e certo ar de rebeldia. Atores e atrizes de Hollywood
eternizaram que fumar era sexy. As marcas patrocinavam cada vez mais eventos