Sabrina telefonou a Chris e acordou-o, explicou-lhe o que estava a acontecer e ele disse
que iria buscá-las de táxi dentro de dez minutos. Tammy não sabia se deveriam acordar
Annie para lhe dizerem que iam sair. Ela estava a dormir profundamente e não havia razão
para acharem que ela iria acordar enquanto estivessem fora. As duas mulheres
arranjaram-se, vestiram casacos grossos e calçaram botas. Estava a nevar com intensidade
quando Chris chegou para buscá-las. Afirmou que tivera imensa sorte em arranjar um táxi
à meia-noite e meia numa noite de neve. Chegaram ao endereço de Marcello dez minutos
depois, tropeçando e escorregando pelas ruas geladas. Marlene já lá estava, com um
casaco de visom por cima de uns jeans. Era uma mulher atraente, com cabelo grisalho,
perto dos sessenta anos e com uma voz sedosa e suave.
Falou em tom autoritário com o porteiro e disse que o príncipe estava à espera deles, por
isso não precisava dar-se ao trabalho de lhe ligar para avisar. Marlene era tão destemida e
determinada que o porteiro seguiu as suas instruções, com a ajuda de uma nota de cem
dólares e deixou-os subir. Indicou-lhes que era o apartamento 5E. Mantiveram-se em
silêncio no elevador, e Tammy era capaz de sentir o seu coração a martelar quando olhou
para a mulher mais velha, com o cabelo puxado para trás, penteado num coque liso, e o
seu elegante casaco de visom.
— Não estou a gostar nada disto — disse ela em voz baixa e os outros anuíram com um
aceno de cabeça.
— Nós também não — respondeu Sabrina, agarrando-se com força à mão de Chris.
Chris ainda parecia estar meio a dormir e não percebera muito bem o que estava a
acontecer, nem o que elas estavam à espera de encontrar. Parecia-lhe óbvio que se Candy
estivesse ali, era porque queria lá estar, e poderia ficar furiosa com os quatro intrusos que
tinham vindo salvá-la. Em especial, se ela não quisesse ser salva. Independentemente do
que fosse suceder, iria ser um espectáculo interessante.
Chegaram à porta do apartamento 5 E momentos depois e Marlene pregou um susto a
Chris sussurrando-lhe para dizer que era da polícia. Chris parecia tudo menos
entusiasmado. Estava a começar a pensar que ainda iriam ser todos presos por causa
desta trapalhada.
— Eu sou advogado. Não me parece que deva fazer nada disto — murmurou Chris. —
Posso ser acusado e processado por me fazer passar por polícia.
— Ele pode ser acusado de coisa bem pior. Faça o que lhe digo — disse-lhe Marlene num
sussurro ríspido e, sentindo-se estúpido, Chris tocou a campainha, esperou que uma voz
masculina respondesse do outro lado da porta e jogou o jogo ditado por Marlene.
Tammy e Sabrina estavam profundamente gratas a Marlene e a Chris por estarem ali.
— Abra. Polícia — bradou Chris de forma convincente. Verificou-se um silêncio do outro
lado da porta, uma longa hesitação e depois ouviu-se o som dos ferrolhos a serem
destrancados. Marcello manteve a corrente na porta e abriu-a e Chris exibiu de imediato
um ar severo e foi directo ao assunto.
— Eu mandei abrir a porta. Tenho um mandado de prisão em seu nome.
Os olhos de Sabrina arregalaram-se quando olhou para Chris. Talvez ele estivesse a ir um
pouco longe de mais.
— Com base em que acusação? — perguntou Marcello, parecendo meio a dormir.
— Rapto e cárcere privado. E acreditamos que trafica drogas neste endereço.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1