último piso. É possível ser-se criativo com as casas geminadas antigas de Nova Iorque. Há
uma sala de estar e um escritório no andar principal, dois quartos em cada piso por cima,
o que dá quatro quartos e cada quarto possui casa de banho privativa, o que é raro. São
muito pequenas, mas muito bem construídas e com arrumação. A mulher do médico tinha
muito estilo. E depois há a sala comum no último piso.
"Parece que tem todas as divisões que pretende, se não se importar de ter a cozinha e a
sala de jantar na cave, o que é razoavelmente aconchegante. O jardim parte daí, por isso
tem muita luz e está virada a sul. Apanha sol a norte e a sul. Tem máquina de lavar roupa
e secador, a casa está totalmente equipada com ar condicionado e o preço é justo, mas
não pode prolongar o aluguer por mais de um ano. O médico quer a casa de volta daqui a
um ano. Ele atende pacientes em casa. É um homem bastante famoso no seu meio. Já
escreveu vários livros.
Nada disto significava que iriam adorar a casa do médico. Sabrina estava a pensar que
poderiam pôr a Annie no segundo andar, talvez com Candy, e poderia ficar com um dos
quartos mais afastados para ter alguma privacidade com Chris e depois podiam reunir-se
todos no último piso. Com sorte e um bom planeamento, talvez resultasse, se Annie
conseguisse deslocar-se pela casa.
— Quanto custa?
Esse era um facto importante para Sabrina. A consultora imobiliária informou-a e Sabrina
teve vontade de voltar a assobiar, mas desta vez por ser tão barato. Era menos caro do
que o seu actual apartamento; assim, poderia facilmente pagar metade da renda, ou até
mesmo a sua totalidade, e só teria de pagar um quarto do valor, visto que o pai
concordara em pagar metade da renda por causa de Annie, para poder ajudá-las.
— Por que razão é tão barata?
— O dono não se interessa pelo dinheiro. Só quer saber se as pessoas que vão ocupar a
sua casa são honestas e decentes. Ele não quer deixar a casa desocupada durante um ano.
Os filhos dele não querem morar aqui. Um deles vive em Santa Fé e o outro em São
Francisco. Ele tentou arranjar alguém que fosse para ali viver para lhe tratar da casa, mas
não conseguiu. Não queria ali pessoas que dêem festas loucas, nem pessoas que lhe
estraguem a casa. É uma casinha amorosa e o dono quer voltar e encontrá-la em bom
estado. Foi ele que estabeleceu o preço e eu disse-lhe que conseguiria o dobro disso com
a maior das facilidades, mas ele nem quis saber. Se estiver interessada, é melhor ir vê-la o
mais depressa possível. Não me parece que fique no mercado por muito tempo. As
pessoas estão fora esta semana por causa do feriado, mas assim que as outras imobiliárias
ficarem a saber, acho que será alugada num abrir e fechar de olhos. O médico só pôs a
casa no mercado na semana passada. Julgo que a mulher morreu há dois meses.
Pobre homem. Sabrina sentiu pena dele. Perder a sua mãe ensinou-lhe muita coisa sobre
o impacto de perder uma pessoa amada.
— Não estou bem certa se a minha irmã dará conta de todas essas escadas. Mas talvez
consiga. Não será tão fácil como num apartamento, em especial com a cozinha situada na
cave. No entanto, gostaria muito de ver a casa. Gostei de tudo o resto que me descreveu.
Além disso, ainda ficava a uma distância aceitável para Chris aí poder ir a pé. Não ficava
tão perto como o seu actual apartamento, mas continuava a ser suficientemente próximo.
— A sua irmã tem alguma deficiência? — perguntou a consultora imobiliária e Sabrina
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1