Escola da Noite

configuração diferente. Numa frequência diferente. Duas organizações
diferentes.
Cooperação entre Agências.
Reacher estacionou ao lado deles e deixou os pertences dentro do carro.
Abriu a porta e entrou para um átrio deserto, com uma alcatifa cinzenta e
resistente e fetos verdes em vasos encostados às paredes, aqui e ali. Numa porta,
estava escrito Gabinete. E noutra, Sala de Aulas. Reacher abriu-a. Havia um
quadro verde à entrada da sala e vinte carteiras de faculdade, em quatro filas de
cinco, cada uma com um pequeno rebordo à direita para papel e lápis.
Sentados atrás de duas das carteiras, estavam dois homens, ambos de fato.
Um fato era preto e o outro, azul-marinho. Como os carros. Os dois estavam a
olhar em frente, como se tivessem estado a conversar, mas já não tivessem mais
nada para dizer. Deviam ser mais ou menos da idade de Reacher. O do fato preto
tinha pele clara e cabelo escuro perigosamente comprido para uma pessoa com
um carro governamental. O do fato azul tinha pele clara e cabelo descolorido
cortado à escovinha. Como um astronauta. E com uma constituição de
astronauta, ou de um ginasta acabado de abandonar a atividade.
Reacher entrou na sala e os dois homens voltaram-se para trás.
O do cabelo escuro perguntou:
— Quem és tu?
E Reacher respondeu:
— Isso depende de quem vocês são.
— A tua identidade depende da minha?
— Se ta digo ou não. Aqueles carros lá fora são vossos?
— E isso é relevante?
— Sugestivo.
— Em que sentido?
— Por serem diferentes.
— Sim — afirmou o homem —, aqueles carros são nossos. E, sim, estás
numa sala de aulas com dois representantes de duas agências governamentais.
Na escola da cooperação. Onde nos vão ensinar tudo o que é preciso para nos