Escola da Noite

darmos bem com outras organizações. Por favor, não me digas que és de uma
delas.
— Polícia Militar — retorquiu Reacher. — Mas não se preocupem. De
certeza que, até às cinco da tarde, já vamos ter bastantes pessoas civilizadas aqui.
E podem desistir de mim e dar-se antes bem com elas.
O do cabelo à escovinha levantou a cabeça e disse:
— Não, acho que somos só nós. Acho que vai girar tudo à nossa volta. Só há
três quartos feitos. Já dei uma vista de olhos.
— Mas que raio de escola governamental é que só tem três alunos? Nunca
ouvi falar disso — atirou Reacher.
— Se calhar, somos o corpo docente. Se calhar, os alunos vivem noutro sítio.
O do cabelo escuro disse:
— Sim, isso faria mais sentido.
Reacher lembrou-se da conversa no gabinete de Garber. E disse:
— O meu tipo chamou-lhe progredir na carreira. E fiquei com a sensação
bem nítida de que seria eu a receber e não a dar. A seguir, pareceu sugerir que eu
me podia despachar se me esforçasse. Tudo somado, não acho que faça parte do
corpo docente. As vossas ordens foram muito diferentes disto?
O do corte à escovinha respondeu:
— Nem por isso.
O outro, do cabelo mais comprido, não disse nada, limitando-se a encolher os
ombros de forma longa e especulativa, o que parecia permitir que uma pessoa
com grande imaginação pudesse interpretar que as ordens dele não tinham sido
propriamente dignas de registo.
— Chamo-me Casey Waterman, do FBI — anunciou o homem do cabelo à
escovinha.
— Jack Reacher, Exército dos Estados Unidos.
— John White, CIA — disse o do cabelo mais comprido.
Apertaram a mão uns aos outros e depois instalou-se o mesmo silêncio que
Reacher ouvira ao entrar. Já não tinham mais nada para dizer. Reacher sentou-se
numa carteira perto do fundo da sala. Waterman estava à frente dele, à esquerda,