Escola da Noite

— Nem sequer na receção do hotel — prosseguiu Reacher. — Está a utilizar
outro nome. Só há uma explicação possível. Alguém do departamento de
viagens fez um telefonema.
— E ligou a quem? A uma mulher qualquer daqui treinada para se fazer
passar por mim?
— Não há nenhuma mulher daqui. Ninguém foi à receção. A única pessoa
que apareceu no átrio foi um homem pequeno de gabardina.
— Então o que aconteceu?
— O homem pequeno da gabardina sabia a que horas o seu avião chegava. O
voo noturno da Lufthansa. Alguém do departamento de viagens lhe contou tudo.
Seguiu-a do aeroporto até ao hotel, deixou-se ficar ali do outro lado da rua, viu-a
a fazer o check-in, viu-a a entrar para o elevador, esgueirou-se até ao átrio,
chamou o elevador para baixo, largou a carta no chão, deu meia-volta e foi-se
embora.
— E porque fez isso tudo?
— Foi uma mensagem. Acho que a ideia era que fosse você a encontrar a
carta. Subiu para o quarto para largar a bagagem e ele contava que descesse para
o pequeno-almoço.
— Fui pelas escadas.
— Evidentemente.
— E porquê uma pessoa mais velha, que já trabalha no departamento de
viagens há bastante tempo?
— Nessa é capaz de chegar lá sozinha. Aliás, acho que até já chegou. Não
está para aí a perguntar a si mesma quem será o homem da gabardina. Porque já
sabe.
— Não sei.
— Mas tem quase a certeza absoluta.
— Há coisas que não lhes posso contar.
Neagley disse:
— Deixe-me arriscar um palpite marado. Vocês fizeram uma operação
secreta algures e deram documentação alemã ao nosso lado. Para servir de