Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

— Porquê? Porque enviaram uma rapariga? É para dizer que não?
— Não, senhor, a mensagem não é essa.
— Então qual é?
— A mensagem é: aceitamos o seu preço.
— Repete lá isso.
— Aceitamos o seu preço.
— O quê, é tudo?
— O que lhe posso dizer, senhor, é que aceitamos o seu preço.
Wiley fechou os olhos. Maior do que Rhode Island. Visível do espaço. Os
novos amigos suíços dele também ficariam encantados. Era o dobro daquilo que
lhes tinha dito. Nunca tinha contado conseguir receber tudo. Sobrar-lhe-ia
bastante. Uma fortuna gigantesca. Teria um portefólio. Tipos engravatados
telefonar-lhe-iam.
Abriu os olhos.
E perguntou:
— Quando?
A mensageira respondeu:
— Julgo que já terá combinado uma data de entrega. Os seus amigos do
oriente esperam que a cumpra.
— Não há problema — retorquiu Wiley. — Conforme foi combinado está
ótimo.
— Nesse caso, é essa a resposta que levarei daqui.
— Diz-lhes que é um prazer fazer negócios com eles. E agradece-lhes pelo
presente adicional. Gostei muito.
E ela respondeu, de novo com hesitação:
— Não trouxe nada comigo, senhor.
— Trouxeste-te a ti — afirmou Wiley. — O presente és tu. Certo? Quer dizer,
pensa lá um bocadinho. Porque haviam de enviar uma rapariga para comunicar a
boa notícia? És a cereja no topo do bolo. Como quando se recebe uma garrafa de
uísque depois de se comprar um carro.
— Não estou a compreender.

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