A caixa de entrada da secretária de Griezman estava a abarrotar.
Muller não era um homem corajoso, mas era um fiel companheiro de armas.
Fez um acordo consigo mesmo. Leria o que se encontrava na caixa de entrada,
mas não revistaria a secretária do próprio Griezman. Um meio-termo sensato.
Achou que, no seio do movimento, todas as pessoas razoáveis concordariam
com ele. As informações eram importantes, mas também o era manter o emprego
de um tipo ao mais alto nível. Ou próximo disso.
Segurou a pilha de papéis entre as palmas das mãos e levou-a pelo corredor,
utilizando depois a saída de emergência e descendo as escadas de incêndio até ao
piso dele, atravessando o respetivo corredor e entrando no gabinete que lhe
cabia.
Neagley ligou para McLean, na Virgínia, para falar com Landry e questioná-
lo sobre a família de Wiley. Sobre os tios, especificamente. Possivelmente, sobre
um em particular, que talvez vivesse perto e tivesse exercido influência enquanto
o miúdo crescia.
— O Wiley não tem tios — respondeu Landry.
— Tens a certeza?
— Os pais eram filhos únicos.
— Tios-avós?
— Vou investigar.
— E qual era o estado do casamento dos pais?
— O pai foi-se embora cedo e nunca mais foi visto. Foi a mulher que educou
o Wiley, como mãe solteira. Não havia irmãos nem irmãs. Eram só os dois.
— E a mãe arranjou algum namorado depois? Se calhar, podiam chamar-lhe
tio à frente do puto.
— Até pode ter tido uma série deles. Pode ter havido imensos tios.
— Podes verificar?
— Teríamos de localizar a mãe e enviar uns agentes para a visitar. Esse
género de coisa tem de ser feito cara a cara. Demora tempo. Os antigos