Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

fechado de televisão. A CIA criou ligações temporárias. Não oficiais, por isso,
não vão durar muito tempo, mas, até agora, o Wiley ainda não passou por lá.
— Nem voltou para casa —disse Reacher. — A não ser que o tipo do
Griezman não o tenha visto outra vez. Portanto, onde é que ele anda?
— Por aí — retorquiu Neagley. — Algures na Alemanha. A fase anterior à
entrega. Como a revisão feita pelo vendedor quando compramos um carro novo.
Antes da grande revelação.


Wiley estava a acordar, no quarto, no mesmo sítio onde tinha acordado
durante os últimos três meses. No apartamento arrendado junto ao cais. Na
urbanização nova. Uma aldeia dentro da cidade. Mas, na verdade, não. No
fundo, era um dormitório gigantesco, cheio de gente indiferente sempre a entrar
e a sair a correr na escuridão, passando as poucas horas restantes a dormir.
Nunca vira os vizinhos e, tanto quanto sabia, estes também nunca o tinham visto.
Perfeito.
Levantou-se e ligou a máquina de fazer café. Passou a garrafa de Dom
Pérignon por água e meteu-a na reciclagem. Pôs o copo na máquina de lavar.
Levantou o auscultador do telefone e ligou para o franchisado de aluguer de
automóveis que já tinha utilizado. A chamada foi atendida de imediato, por um
homem com uma voz jovem e eficiente.
— Fala inglês? — perguntou Wiley.
— Com certeza, senhor — respondeu o rapaz.
— Preciso de alugar uma carrinha de distribuição.
— De que tamanho, senhor?
— Com uma distância grande entre os eixos e um tejadilho alto. Preciso de
ter bastante espaço lá dentro.
— Temos uma Mercedes-Benz ou uma Volkswagen. A da Mercedes é maior.
O interior tem mais de quatro metros.
Wiley fez as contas mentalmente. Quatro metros correspondiam a treze pés.
E precisava de doze.

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