Escola da Noite

constituição de um cão trémulo. Mas útil. E prestes a tornar-se mais útil.
Dremmler arranjou espaço com o cotovelo e pôs-se ao lado dele, com o ombro a
abrir caminho e de costas voltadas para o bar.
— Como vai o negócio, senhor Schlupp? — perguntou.
— Do que precisa? — retorquiu Schlupp.
— De informações — respondeu Dremmler. — Para a causa. A nova
Alemanha depende disso.
Um barman com um avental de lona pesado aproximou-se e Dremmler
pediu-lhe um litro de cerveja.
— Que género de informações? — perguntou Schlupp.
— Você fez uma carta de condução e talvez um passaporte para um
cavalheiro americano.
— Aguente lá os cavalinhos. Não fiz coisa nenhuma.
— Okay, transmitiu a encomenda de um cliente aos seus parceiros de Berlim.
E trataram eles da coisa. Você limitou-se a ficar com metade do dinheiro.
— E então?
Dremmler conseguiu arranjar mais um bocadinho de espaço e puxou do
retrato-robô. Alisou-o no balcão.
O cabelo, a testa, as maçãs do rosto. Os olhos encovados.
— Não me lembro dele — afirmou Schlupp.
— Acho que se lembra.
— E se me lembrar?
— É importante para a causa.
— O que é importante para a causa?
— Com que novo nome este homem ficou?
— E porque precisa de saber?
— Queremos encontrá-lo.
Schlupp respondeu:
— Você sabe que não lhe posso dizer. Senão, como seria o meu negócio?
Ninguém iria confiar em mim.
— Isto é só uma vez sem exemplo. Ninguém vai saber, garanto-lhe. Este tipo