— Pelos vistos, a nossa divisão de trânsito precisa de todos os pormenores
possíveis para uma operação tão longínqua como Hanôver. E poupamos todos
tempo se você lhes explicar os pormenores pessoalmente. E assim também é
mais rigoroso. Já avisei o chefe-adjunto deles. Está à espera da sua chamada.
Vou dar-lhe o número dele. Chama-se Muller.
— Okay — respondeu Reacher. — Mais alguma coisa?
— Nada. Boa sorte.
— Obrigado.
Reacher desligou e marcou o número.
O telefone tocou na secretária de Muller. Que fechou a porta, sentando-se
para o atender. Uma voz americana perguntou:
— Estou a falar com o chefe-adjunto Muller?
— Sim — respondeu Muller.
— O meu nome é Reacher. Penso que o chefe dos detetives Griezman o terá
avisado de que eu lhe iria ligar.
Muller afastou uma pasta e encontrou um bloco de notas. Pegou num lápis.
Apontou a data, a hora e o nome de quem estava a ligar.
— Segundo parece, o senhor quer que o trânsito na autobahn seja
monitorizado a sul de Hanôver — disse.
— Já têm a matrícula. Preciso de saber se a viatura se está a dirigir daqui
para a zona de Frankfurt.
— E o que pretende de nós ao certo?
— Carros nas bermas. Ou nas pontes. Quatro pares de olhos. Como numa
ação normal de fiscalização de velocidade, mas com binóculos em vez de
radares.
— Não temos experiência nesse género de coisas, senhor Reacher. Não há
limites de velocidade nas autobahnen.
— Mas percebe a essência da coisa.
— Já vi televisão americana.