Arnold e não em Frankfurt — retorquiu Neagley.
— Então para quê ir buscar agora uma segunda carrinha?
— Se calhar, o tio Arnold deixou os pneus ficarem sem ar.
— Ou, se calhar, vão dividir a carga. Se for uma coprodução. Se calhar, os
cem milhões são só para a metade do Wiley.
— Esperem — soltou White. — Reparem bem nisto. O tio Arnold já está na
Alemanha há quase vinte anos. Desde que o Wiley tinha dezasseis. Caraças, isso
é que é uma coisa já vir de longe.
— E vejam só isto — acrescentou Vanderbilt.
Juntamente com Mason, estavam também registados na embaixada dois
dependentes não americanos.
— Podem apostar que isso é uma mulher e um filho — atirou Landry.
E foi então que o telefone tocou novamente. Os agentes do FBI de Nova
Orleães, com uma importante novidade de última hora. Após seis anos de
relativa felicidade, a senhora Wiley expulsara Arnold Mason de casa por ter
descoberto por acidente que ele tinha uma mulher na Alemanha. E um filho. O
rapaz era deficiente. A senhora Wiley podia não ter grande coisa, mas tinha os
seus princípios.
Wiley era um homem prático, por isso, limpou a pistola na máquina de lavar
a loiça. E porque não? A M9 respondia a especificações militares. Tinha sido
concebida para resistir a uma imersão contínua em água salgada. Selecionou o
ciclo completo para tachos e panelas, com a fase de secagem igualmente
completa. A seguir, olearia as várias peças e remontaria a pistola, que ficaria
impecável e como nova.
Tinha enrolado a roupa esparrinhada de sangue com o dossiê vermelho e
deitara tudo no caixote do lixo. Uma decisão ponderada. O primeiro instinto
tinha sido pegar nas coisas e despejá-las num caixote na rua. Nem muito perto,
nem muito longe. Ninguém gostava de andar muito tempo com um objeto
suspeito na mão. E depois, hipoteticamente, poderia haver uma investida