— Isso não prova que o tio Arnold não esteja envolvido de uma forma ou
outra.
— Mas ele não me vai logo dar um tiro. Vai fazer-se de parvo. Vai tentar
safar-se com conversa. E, se for necessário, vou deixá-lo. Concordo, se as
carrinhas estivessem aqui, seria diferente.
— O Wiley é capaz de chegar consigo lá dentro.
— É uma possibilidade. Mas é pouco provável. E, se acontecer, de certeza
que a sargento Neagley se vai lembrar de alguma coisa.
— Devíamos ir todos.
— Por mim, tudo bem — atirou Reacher.
Bishop ficou calado.
— O Arnold Mason é um cidadão americano — disse Sinclair. — E você é
do consulado. Tem direito a contactá-lo.
— Não nos podemos dar ao luxo de fazer asneira — respondeu Bishop.
— Damos a coisa por encerrada ao primeiro sinal de sarilhos.
— Não se ponham ao pé uns dos outros — alertou Reacher. — Pelo menos,
inicialmente. Enquanto não tivermos a certeza.
Bishop fez inversão de marcha na estrada estreita.
Gelb Bauernhof era uma propriedade com cerca de cem metros de largura e
duzentos de comprimento. Como um terreno luxuoso num subúrbio americano.
Mas não deixava de ser uma quinta. Ainda que em miniatura. E sem nada de
amarelo. O céu estava cinzento, a terra era castanha e as couves, verde-tropa.
Bishop virou para o caminho de entrada. Que era de terra, alisada à mão para
obter uma curvatura consistente. O grande Opel azul silvou ao passar-lhe por
cima. A garagem ficava mesmo em frente. E a casa, à esquerda. A uns oitenta
metros da rua.
Bishop avançou. Não houve reação. Parou no ponto em que um carreiro para
peões se afastava do caminho de entrada e levava à casa. Que agora já se
encontrava a vinte metros de distância. Continuou a não haver reação.