Escola da Noite

a penar. Tinham sofrido um revés financeiro significativo. Seiscentos milhões
eram uns trocos valentes. Hamburgo estava fora de questão para transporte
aéreo. Porque os dois tipos tinham sido cruciais. A mensageira revelara-se útil.
Identificara uma estrutura qualquer no mapa. E eles tinham preenchido uns
quantos espaços em branco. Mas também havia más notícias. Wiley não fizera
testamento e, para já, continuava a ser dono do rancho na Argentina. Não
conseguiam encontrar o fio à meada. Ainda havia muita coisa que não sabiam.
Continuavam a andar num caos constante, a tentar perceber o que se passava.
A seguir ao jantar, fizeram uma tentativa muito pouco convicta de levantar a
mesa, mas acabaram entalados junto um do outro à entrada da cozinha. Ele
sentiu o cheiro do perfume dela. Estava novamente nervoso.
— Faz como fizeste da outra vez — disse ela.
Ele levantou a mão, tocando-lhe ao de leve na testa, com a ponta dos dedos, e
enfiando-lhe os dedos no cabelo. Puxou-o todo para trás, deixando uma parte
presa atrás da orelha dela e outra solta.
Ficava-lhe bem.
Tirou a mão.
— Agora faz isso do outro lado — pediu ela.
Ele serviu-se da outra mão, da mesma maneira, quase não lhe tocando na
testa, enterrando bem os dedos. Deixou ficar a mão esquerda onde esta foi parar,
colada à nuca dela. Que era esguia. E estava quente. Ela encostou a mão aberta
ao peito dele. E depois enfiou-a na nuca dele. Puxou-o para baixo e ele puxou-a
para cima. Beijaram-se, sentindo-se de repente outra vez à vontade. Ele
descobriu-lhe a pecinha de metal, em forma de lágrima, nas costas do vestido.
Fê-la deslizar lentamente e passar-lhe pelo meio das omoplatas e pela região
lombar.
— Vamos lá para cima — disse ela.
Foram para o quarto, onde ela se pôs em cima dele. Montou-o como se fosse
uma vaqueira, mas virada outra vez para ele, com as ancas para a frente, os
ombros para trás, a cabeça levantada e os olhos fechados. Os diamantes iam-se
agitando e baloiçando. Tinha os braços para trás, como da primeira vez,