CausosdoCabete | 100
suas sandálias e um trazia um rifle muito velho e enferrujado e o
outro um grande facão. Os dois guardas chegaram perto da mesa
e começaram a falar pra ele se levantar e os acompanharem até a
cadeia. Como ele não reagia foram chegando mais perto.
De repente, em um bote certeiro, Deusdety tomou o rifle do
guarda! Os dois soldados ficaram paralisados e sem ação, que nem
lavadeira que perdeu o sabão. Ele levantou a coronha do rifle e
bateu na cabeça do que trazia o facão. O talho na testa deixou o
sangue jorrar e foi uma correria só! Ele foi até a porta, sentou-se
nos degraus e deixou o rifle cair na calçada de chão batido.
Haviam se passado uns 20 minutos quando ouviu o típico baru-
lho do motor da Toyota da guarda. Trazia o motorista e o cabo na
frente e mais seis soldados na traseira da caminhonete. Cada um
tinha um grande porrete de madeira.Todos desceram e se perfila-
ram à frente do bêbado ao que o cabo gritou:
- Pensem em um grande castigo, em uma grande surra! Agora
imaginem que vocês têm que castigar vinte arruaceiros! Imagina-
ram? Agora quero que peguem o castigo dos vinte e coloquem
tudo no corpinho deste bêudo!!
Deusdety caiu em posição fetal e foi um festival de porretada,
pontapés, socos e cusparadas que não acabava mais. Quando to-
dos estavam cansados de tanto bater foram parando e no final o
cabo disse: - E eu? Será que tô amolecendo? Já ia esquecendo de minha parte!
Deu-lhe um certeiro pontapé nas costelas e outro na boca. Vamos
embora que este não levanta mais! Quando já não se ouvia mais o
motor da Toyota, Deusdety foi se levantando devagarinho como gato
que está acordando. Inclinou as costas para trás e movimentou os
ombros como se fossem manivelas para encaixar os ossinhos que
tinham saído do lugar.
Olhou pra dentro do boteco, devagarinho e com dificuldade subiu
os degraus da porta, caminhou até o balcão, bateu forte com a mão
espalmada sobre o mesmo e gritou: - ME DÁ MINHA PINGA!!!