gente, a molecada espiando a desgraça pelada pelo vão das pernas da vizinhança
curiosa,
bem feito!, disse comigo, quem mandou?,
não ia muito com a cara dele, mesmo, porque seu pai metido a administrador da
fazenda..., esse sujeitinho toma ordens e quer cuspir poses e posses!, papai falava,
depois..., bom, a gente ria dele, sim, a boquinha torta de não acatar os mais velhos, em
triste gilvaz, ... mas justo escarmento, repuxado numa bochecha, redefinitiva exortação
pra meio mundo e meio, e, mais, pros demais arredores, na cara de pau curvo de um
sem-vergonha que haveria de morrer assim, soprando de lado,
vai, bocudo!,
... sai, beiçola!,
... boca torta e cu de argola!,
ele chorava, jogava pedras, corria atrás da meninada e, ainda, tomava uns cascudos,
pra aprender,
sim, meu irmão me ensinou a bater de mão fechada, cerrando bem os dedos, na palma,
pra não luxar os artelhos, o pugilato mais doído, ainda que não ecoado, pondo o
arremate na força da vez única, bem marroada e definitiva, sem o gongo salvador, ele
dizia, gabando-se do muque ostentado – repuxada antes a manga da camisa, por
mostrar o inchaço bonito dos bíceps,
por isso mesmo, toda vez, pelo relembrado caso da boca oblíqua, eu tremia diante das
desobediências, mesmo fechando os punhos de raiva, pra não quebrar a falange dos
dedos com o soco, ainda que apenas imaginado, ... e, nem bem revivia o episódio,
arrotava ardido, aturdido e repetido, engolindo o cuspe, alimentado,
isso até hoje,
ora, a gente deve aprender a dormir vazio, mas cheio dele, do desguarnecido, esta lição
que vamos revivendo, compreendeu?,