Para mim, é difícil conceber que meu pai fosse o testa de ferro de Tolentino. Ele sempre
trabalhou, estava envolvido em negócios. Não parava em casa. Mas nunca imaginei
que pudesse ser esse tipo de negócio, com licitações para o governo federal, para
governos estaduais. Embora eu tenha trabalhado brevemente num cargo indicado por
ele e até concorrido a vereador, sem sucesso, na verdade nunca fui de política. Essa não
é a minha realidade. Tenho uma vida normal, sou comerciante. Por isso demorei a
acreditar. Agora, só quero resolver e esquecer – e voltar a viver longe dessas pessoas.
Fernando Boletti de Lima
É comerciante