Chefatura de Polícia de Copenhague – 19h10
Marcus enfim viu o diretor-geral sair do prédio. Hartvig estava em companhia de
uma mulher. Secretária? Amante? O vento agitou ligeiramente o cabelo loiro e
comprido da mulher, num movimento ondulante que fez Marcus continuar a olhar
para ela, ainda que somente por um instante. Considerou seguir os dois. Não seria
mau ter alguma coisa com que pressionar o diretor-geral da polícia de Copenhague.
Não, o melhor seria ir ao ponto o quanto antes. Saiu do carro e o fechou, batendo a
porta com violência. O diretor-geral continuava falando com aquela mulher. Ela o
abraçou rapidamente, ele aceitou o abraço e sacou o celular. A mulher sumiu.
- Hartvig? – disse Marcus, antes que o outro tivesse tido tempo de telefonar.
O diretor-geral se voltou. Olhou para Marcus e tentou lembrar-se de quem se
tratava. - Do Iraque?
- Primavera de 2005, se não me falha a memória – disse Marcus, e se adiantou
um passo. – Que bagunça aquilo! Ainda bem que já passou. - Você é o Marcus?
- Isso.
- Eu gostaria de bater um papo, mas a verdade é que estou com um pouco de
pressa – disse, e ergueu o celular. - É só um segundinho – disse Marcus. – Na verdade, eu queria apenas
cumprimentá-lo e falar com você a respeito de Christian Brix.