A Santa Aliança

(Carla ScalaEjcveS) #1

  • Pensei principalmente na família. Na situação difícil e infeliz por que estão
    passando.
    O diretor-geral olhou fugazmente para ele.

  • É, a irmã dele é dama de companhia.

  • Foi uma desgraça terrível. Falei com ela – disse Marcus, e balançou
    negativamente a cabeça. – Está arrasada.

  • É compreensível.

  • Como eu já disse – continuou Marcus –, sou amigo da família, e para nós é
    melhor encerrar o caso o quanto antes. Foi suicídio, infelizmente. Não há motivo
    nenhum para que se faça autópsia. Afinal, é evidente que não se tratou de crime.
    Quanto mais cedo Brix for enterrado, mais depressa a imprensa vai deixar de se
    ocupar do caso.
    Hartvig transferiu o próprio peso de uma perna para a outra.

  • É pena, mas não consigo controlar a imprensa. Você sabe como eles são:
    quando farejam sangue, não param até que tenham o cadáver no prato.

  • Mas será que você não poderia talvez considerar quais pedaços de carne atirar
    para eles? – Dessa vez, o sorriso de Marcus foi mais generoso.
    Hartvig lhe lançou um olhar teimoso e sorriu. O sorriso era o mesmo que tanto
    havia impressionado Marcus no Iraque; só que, agora, o irritava. Deu um passinho
    para trás. Tinha que dar espaço ao diretor-geral de polícia.

  • Só espero que você faça o melhor para todos – disse Marcus. – Talvez você
    possa conversar com Juncker.

  • Sobre o quê?
    Marcus suspirou.

  • Apenas escute. A família está arrasada. A maior vontade deles é que se encerre o
    caso agora mesmo. Querem que a imprensa faça o mínimo de barulho, e não
    querem autópsia.

  • Você está me dizendo que representa a família?

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