A Santa Aliança

(Carla ScalaEjcveS) #1

  • Você não vai conseguir me pressionar.

  • Mas é claro que não. Estamos apenas conversando.

  • Sobre o quê?

  • As oportunidades financeiras, a liberdade. E aí é possível que as pessoas que
    represento possam lhe dar uma mão.
    Suas palavras impressionaram o diretor-geral mais do que este teria gostado.

  • Há futuro depois da polícia. Você já começou a pensar nisso? Semana passada,
    demos uma mão numa conferência sobre a paz e o progresso nos Bálcãs.
    Contratamos o ex-ministro da Justiça para ser o moderador. Ele passou uma
    semana em Sarajevo, e recebeu trezentas mil coroas. Afinal, ninguém disse que
    ajudar o mundo precisa ser grátis. Você também recebe para ser policial.
    Marcus esboçou um ligeiro sorriso.
    Silêncio.

  • Muito bem – concordou Hartvig. – Um centro de estudos, um think tank. No
    que você está pensando, então?

  • Pensamos na maneira de assegurar a paz e a estabilidade, e...

  • Besteira. – O diretor-geral riu. – Vá direto ao ponto.
    Marcus manteve o olhar o tempo justo para que Hartvig o achasse desagradável.

  • Você vai ter que ser mais claro. Do que se trata exatamente? – perguntou
    Hartvig. – Como eu já disse, estou com pressa.

  • De Christian Brix. – Marcus esticou o braço e, com um sorrisinho, pegou o
    cartão de visita. Queria recuperar o controle sobre a conversa.

  • O caso de Christian Brix está nas mãos da polícia da Zelândia do Norte – disse
    Hartvig, na defensiva. – Só participamos porque Brix tinha residência fixa em
    Copenhague.

  • Foi o que pensei, e também por isso vim ver você. E porque somos velhos
    amigos.

  • Em que mais você pensou?

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