Já Eva não se lembrava dele.
- Do Berlingske, não?
- Isso – respondeu Eva, e se aproximou.
- Também veio por causa de Brix? – Ele lhe estendeu a mão.
- É, Christian Brix – respondeu, apertando-a.
- Não parecem dispostos a dizer grande coisa. Pelo visto, ele se matou com um
tiro. - Não me diga.
- Bem, é preciso ver isso ainda, não está confirmado.
- Onde você conseguiu a informação?
Ele respondeu com outra pergunta: - Você sabe quem ele era?
- Sei. Alguém de Bruxelas.
O repórter assentiu com a cabeça e deu de ombros: - É muito esquisito. É quase impossível saber alguma coisa sobre esse homem. –
Encarou Eva antes de continuar. – Mesmo assim, dá para ver que era alguém
importante. - Quem foi que disse que tinha sido suicídio?
O repórter sorriu, balançando negativamente a cabeça. Ele tinha certo encanto.
Os olhos eram talvez um pouco juntos demais; ainda assim, diante das câmeras, o
aspecto juvenil lhe caía bem. - Minhas fontes na polícia. Ele se matou com um tiro na boca, de espingarda de
caça de cano duplo. Não deve ter sobrado muita coisa do cara. - Puxa! – exclamou Eva, e pensou qual pergunta fazer em seguida.
Jornalismo investigativo nunca tinha sido sua praia. Era coisa completamente
diversa do que tinha feito como redatora de tendências no Berlingske. Tinha
conseguido o cargo de redatora cedo, poucos anos depois de ter concluído o curso,
sabendo que muitos dos ex-colegas de faculdade depreciavam aquela posição e a