da creche continuava bisbilhotando? Que era preciso acabar com ela?
Nunca teria chance melhor. Uma mão com curativo. Precisava descobrir onde
estava acontecendo o funeral. Pelos obituários? Ou teria tempo de seguir o carro?
Na sala dos funcionários, Eva pegou a bolsa e topou com o olhar de Mie, que a
estranhava.
- Você vai embora, Eva?! – perguntou, surpresa.
- Vai ser só um instante.
Não tinha tempo para explicações. Tampouco sabia o que dizer. Pegou a jaqueta e
se apressou a sair. Tornou a descer a escada e saiu para o pátio, onde quase trombou
com Anna. - O que está acontecendo?
- É que...
Eva olhou para o carro. Helena apagou o cigarro e entrou no banco de trás com
Malte. Os vidros eram escuros? - O meu pai. Ele...
- O seu pai?
- É, acabaram de ligar. Foi atropelado.
- Meu Deus, que horror! – exclamou Anna. – Como ele está?
- Ele... – Eva gaguejou e sentiu as lágrimas e, depois, o espanto por estar
chorando. O que a entristecia era a ideia do pai acidentado? Ou o fato de que lhe
estava sendo tão fácil mentir? – Não sei a gravidade ainda – disse, e enxugou as
faces. - Como é que você está pensando em ir para lá?
- Eu...
- Use o meu carro – disse Anna, interrompendo Eva. Procurou nos bolsos, mas
não achou as chaves. – Ah, só faltava essa! – disse, e correu para a sala dos