funcionários.
Eva olhou para o Mercedes escuro. Helena tinha fechado a porta, Malte abriu a
janela.
- Eva? É aquele Mazda vermelho ali – disse Anna, apontando. – Não repare, está
um pouco bagunçado. - Muitíssimo obrigada – disse Eva. – Prometo que volto antes de...
- Dirija com cuidado, para que mais ninguém se machuque.
Eva atravessou a cerca. O Mercedes escuro descia a rua e, então, sumiu na esquina. - Abre, merda! – disse Eva em voz alta, enquanto brigava com as chaves do carro.
A porta enfim se abriu. Eva afastou do banco do motorista uma garrafa de Coca-
Cola meio vazia e se acomodou. Enfiou a chave no contato. Passou-se um
momento, o suficiente para que Eva tivesse dúvidas sobre se o carro daria mesmo
partida.
O sol entrava direto pelo para-brisa, uma parede de luz e calor. Abriu o porta-
luvas e achou o que procurava – óculos escuros. Onde estava aquele Mercedes do
diabo? Será que a tinha ultrapassado? Olhou pelo retrovisor central e pelos laterais.
Nada. Não! Ali, mais à frente! Agora Eva via a limusine, na outra faixa. Vislumbrou
o Mercedes antes que um furgão preto se interpusesse. O trânsito estava lento.
Obras. Os carros seguiam devagar para o centro de Roskilde.
- Anda, merda! – resmungou Eva.
O furgão continuava entre Eva e o Mercedes. Buffet, lia-se na lateral do furgão.
Talvez por isso, Eva foi invadida por uma fome repentina. Quando tinha comido
pela última vez? Por outro lado, já não estava cansada. A adrenalina vencera a falta
de sono. O furgão pegou um desvio e deixou Eva completamente à vista. Só alguns
metros a separavam do Mercedes, e sentiu-se desprotegida. Caso Helena se voltasse
naquele instante, caso Malte o fizesse, provavelmente a veriam.