Hospital Nacional, Copenhague – 12h05
A caminho do Hospital Nacional, Liv segurava Eva pela mão. Ficaram em
silêncio durante o trajeto; quase não havia tráfego, e o rádio tocava uma canção
pop.
- ... e costumam ser muito bacanas conosco – disse Liv quando desceram do táxi
e entraram no hospital. – Com certeza vão nos atender agora mesmo.
O hospital era um mundo branco. O sol iluminava as grandes vidraças, os claros
corredores, os jalecos descorados.
- É a nossa vez – disse Liv, e se levantou. – Você consegue?
- Consigo – disse Eva.
O médico estava um pouco distraído, e Eva achou que nem parecia médico. Ela
não sabia que aspecto deveriam ter os médicos, mas aquele sem dúvida não parecia
um deles. Tinha corpo de fisiculturista, pescoço taurino, nariz de ex-pugilista.
Boris, lia-se no crachá. Liv cuidou de pô-lo a par do assunto; Eva só precisou fazer
alguns sinais afirmativos com a cabeça e acrescentar um rápido comentário aqui e
ali. Depois ele a examinou. - Vou ter que pedir que você tire a roupa, OK?
- A lingerie também?
- Você sofreu algum tipo de agressão sexual?