- Não.
- Então não precisa. Você pode sentar aqui?
Eva se despiu e sentou. Surpreendentemente, acabou achando bem menos
desagradável ficar sentada na beira de uma cama de consultório enquanto
aguardava ser examinada. Por mais que estivesse com frio, aquilo a fazia sentir-se
segura. Segura por estar rodeada de pessoas gentis que usavam jaleco branco e
tinham voz tranquila. - Dói em algum lugar em especial?
Eva deu de ombros. - Você não desconfia que possa ter fraturado alguma coisa? Mão, dedo,
calcanhar? - Acho que não.
Foi auscultada, tocada e sua garganta foi examinada. O médico se concentrou no
pescoço, na garganta e nos olhos. Com uma lanterninha, examinou-os de muito
perto. Eva pôde sentir o hálito dele e ver seus lábios rachados. Ele depois suspirou,
balançou negativamente a cabeça e pediu que ela se vestisse. - Pois bem – ele disse, e olhou para Eva. – Primeiro a parte boa. Você não tem
nenhuma fratura. Nem na nuca, nem na cervical, nem em parte nenhuma do corpo.
O ombro também está OK. - E isso...
- Mas é um caso muito grave. – Agora olhava para Liv, como se quisesse proteger
Eva da terrível verdade. – Ele podia tê-la matado. Mais uns segundos, e seu cérebro
teria sofrido danos permanentes. Na pior das hipóteses, você poderia ter morrido
estrangulada. As marcas no pescoço... – disse, com expressão de profundo
abatimento. – Você tem tido dificuldade para respirar, não é verdade? - Tenho.
- É, o cara não vale nada mesmo – disse Boris. Parecia ter vontade de dar uma
sova no agressor.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1