- Não é possível. Ele se matou logo aqui, bem ao lado daquela árvore.
O garoto olhou para os outros, deu de ombros e disse: - E daí?
- Vocês talvez tenham sabido de alguma coisa.
- Sabido do quê? Do que é que você está falando?
- De como ele levou o tiro.
- Não mesmo.
- E por isso estão pegando coisas no chão? O que vocês colocaram aí nesses
saquinhos? - Nada.
- É chumbo de espingarda ou coisa parecida?
- Não.
- Posso ver?
Deu um passo em direção a eles. O mais novo foi o primeiro a sair correndo; os
outros dois se mandaram um segundo depois. - Ei!
Eva os chamou, mas não adiantou nada. Ficou um instante olhando e depois saiu
correndo atrás deles. Não estava no melhor da forma física, porque não se
exercitava desde o tempo em que ela e Martin saíam para correr juntos, durante um
breve período; e, mesmo naquela época, não era a melhor corredora do mundo.
Martin precisava dar vários sprints, para a frente e para trás, se quisesse tirar algum
proveito do exercício, porque Eva corria segundo seu próprio ritmo, bem pausado.
Os garotos eram rápidos. Eva vislumbrou onde acabava a mata e começavam os
grandes chalés. Tinha que alcançar os meninos antes que chegassem em casa. - Vamos lá, Martin – disse Eva. Cerrou os dentes e apertou o passo. Pulou por
cima de um tronco de pinheiro, estendido no chão da floresta como se estivesse
fazendo a sesta, cansado de ficar em pé, como Eva se sentia desde a morte de
Martin. Mas agora Martin corria a seu lado, chamando-a, brincando com ela.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1