- Mas ele se matou com tiro – objetou Eva.
O legista não lhe deu atenção. - Pode ter sido uma ferramenta. Ou uma arma. Ou talvez ele tenha se chocado
contra alguma coisa. Aliás, acho que foi isso mesmo. – O legista ampliou a imagem
e olhou fixamente para a tela. – Eu diria que ele caiu em cima de alguma coisa.
Estou pensando no ângulo. Se foi atacado, o objeto o acertou de baixo para cima, e
ninguém teria feito isso assim. Não. Caiu mesmo em cima de alguma coisa. Caiu ou
foi empurrado. - E essa conclusão se sustentaria em juízo?
- Mas é claro. A parte posterior da cabeça bateu com muita força em alguma
coisa. - E foi fatal?
- Não dá para afirmar com certeza. Mas foi um objeto que causou as marcas
profundas no crânio. Seja como for, podemos fazer uma impressão 3D de parte do
crânio, e isso talvez nos diga o que causou aquelas marcas. - Você vai ter que me explicar melhor.
- Para cada um dos pedaços do crânio que mostram endentações, o computador
tem como dizer a profundidade exata das marcas. E ele consegue não só calcular
essa profundidade, mas também determinar o ângulo exato. Uma impressora 3D é
como a impressora normal. Ela se baseia no mesmo princípio; só é mais refinada e,
claro, imprime em três dimensões. Dá para colocar uma xícara, por exemplo, em
cima da placa; e, num piscar de olhos, a impressora cria uma xícara nova, de plástico
duro. A imaginação é o único limite. Claro que, nos Estados Unidos, já há quem
tenha começado a imprimir armas de fogo. E armas de fogo que funcionam. - Então, você poderia...
- Fazer uma impressão da parte do crânio onde aparece a marca do golpe. Olhe –
disse, e apontou na tela a fissura do osso. – Meu primeiro suspeito é que tenha sido
algum pé de cabra. Mas são três marcas, não duas, e há algumas estrias na parte
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
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