alardeava muito cigarro e uma vida pouco saudável. – Acho que você não está bem
da cabeça, querida.
Tine lhe deu as costas e começou a andar. Eva foi atrás dela. Enfiou a mão no
bolso, procurando o papel.
- Tine, e isto aqui? Dê só uma olhada!
Um olhar rápido para o que Eva segurava na mão. - É do Departamento de Medicina Legal – explicou Eva. – É uma reprodução de
parte do crânio de Brix. Os pedaços que foram reconstituídos depois do tiro na
cabeça.
Os passos de Tine tornaram a ficar mais lentos. Eva parou. Era como um balé,
pensou; repulsa e atração, para a frente e para trás. Naquele momento, para a
frente. Tine se aproximou de Eva. - De onde você tirou isso? Como vou saber que você não é doida de pedra?
- Eu pareço doida?
- Você quer mesmo que eu responda?
- Se você quiser, vamos juntas ao Departamento de Medicina Legal. Aí o legista
vai poder contar como praticamente arrancaram de lá o corpo de Brix. Não era para
investigar nada. - Mas, então, como foi que o legista descobriu?
- Pelos fragmentos de crânio, juntados como num quebra-cabeça. Veja isto aqui
- disse Eva, e apontou o crânio, as endentações. – Foi onde Christian Brix levou
um golpe.
Tine olhou fixamente para a reprodução. Passou os dedos pelas endentações,
certificando-se. - Preciso entrar em contato com alguém de dentro – disse Eva.
- Dos palácios?
- É.
- Ninguém lá vai querer ajudar você.